sexta-feira, 16 de julho de 2010

VOZES DO ESPINHO


Preciso de quartos vazios,
Terrenos sem matagal alto,
Seres sem voz;
Preciso do só, do último vento
Para assim chorar meu lamento
Na paz da noite que traz chuva
Preciso das últimas vozes do espinho
Para curar meu desassossego,
Emancipar a dor do mundo de dentro de mim
E, talvez, sanar remorsos e injustiças...
O mundo gira ao contrário:
Em mim é dia, porém por trás da persiana, tempestade...
Ainda assim, eu prossigo em busca do sol.

QUANDO A INSPIRAÇÃO VOLTAR


Pedaços de mim
Jogados no chão, escorridos pela mão
Água que desce,
Eu me dissolvo...
Na imensidão do céu.
Tantos dias que a inspiração
Voa longe, passa do outro lado
Um vazio, calafrio
Sem pulsar nas páginas
Sem sentido
Eu me aqueço em esperar
A inspiração voltar.