domingo, 27 de abril de 2008

Camalehomem
Ele é daqueles homens camaleão
Que não espera, que se refugia
Que pega uma cadeira, sobe
E do mundo se esconde, se desliza
No horizonte melado de sol está
O norte, a troca de sentidos
Ele morre, ele renasce.
Homem que camaleia cambaleia
Na sombra da venda...
Consciência se vende, ele vende
O almoço, a janta e o peito
Para não ser reconhecido;
Eis, HomemHomem camaleão.

sábado, 22 de março de 2008

Ilha

Nunca esperaria tanto de um lugar. Primeiro, estradas largas de mão dupla, muitos carros esvoaçando poeira, supendendo uma atmosfera nua cheia de maresia, depois nos deparamos com uma estrada de terra cortando a água tal qual uma ponte longa e reta.
A Ilha agora estava a poucos metros do nosso veículo turbulento, fraco, pesado e baixo. Ainda não me convencia de que aquilo tudo verde e amarelado de natureza pudesse me motivar, ou reunir em mim criatividades pulsantes. Saí, esgotando todas as possibilidades de mau humor, entreim na canoa e segui para a Ilha, santa ilha. Em cinco minutos meus pés afundavam no lodo frio e límpido da Areia de lá. E minha cabeça voltou ao meu cá tão interno e obscuro.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Aqui, nesse solo abatido e reticente, submeto-me ao calor desse mundo e desconstruo aquilo que chamei prioritário. Aqui, não sou o homem sério, o negociante nato, ou qualquer esteriótipo de algo que me rotule. Somente estou num cais seco e vazio de sereias.
Amanhã é Cabo Frio na veia, ondas, salinas e muitas Dunas embaçando a mente para novos olhares e intuições; será que vou? Será que sou? Que dualidade é essa em que se coloca o Homem...(?)

sábado, 1 de março de 2008

AMIGOS DA SINCERIDADE

Eu ando pelo mundo e sofro nas pedras
Perco o rumo das curvas
A estrada é dura...A noite é fria e a ilusão
Corrói.

Nos meus passos eu persigo o que sinto
O que eu sonho sobre o amor.
Na vida continuo à espera de alguém pra amar.

A minha casa é o meu ninho

Minhas cobertas são meus amigos
Eles me mostram que a estrada pode ser bela
Mesmo em pedras
E espinhos.

Amigos nos tiram espinhos
Nos amornam numa cama de amor
Amo amigos e a sinceridade
Que isso me traz.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

SERES EM QUESTÃO

Mercado Cheio. Dia. Manhã com abafamento inexplicável.

Menina - Ah sim, será que aquele menino não sabe que calçada não é lugar pra fazer cocô?? Hein?

Mulher - Não, Clarinha. Não olha aquilo não, é muito trsite. Vem cá, você ainda não me respondeu se quer levar balas ou chocolate! Vamos logo, porque seu pai tá esperando a gente; ele deve tá nervoso!

* * *

Produtora. À tarde. Minas Gerais.

Adolescente negro edita fotos no computador (Ele está ofegante)

Chega um outro, mas branco e com barba. Ele fica perto e observa papéis;

Negro (Hesitante) - Você é do Rio?

Branco (manipulador ) - Sim...Eu tenho cara de onde. (aproximando-se do negro)

Negro - Pensei que você fosse daqui.

Branco (Riu) - Não...Você quer que eu seja de onde?

Negro (sem jeito) - De lugar nenhum, só perguntei.

Branco (xeque mate) - Você queria ser do Rio?

Negro - Não... Tô bem aqui.

Branco - Você queria ser branco?

Pausa. O negro começa a chorar.

Negro - Não. Eu...

Branco (Olhar fixo no segundo.) - Queria ser o quê?

Silêncio.

Negro - Queria saber Ser.

Branco - Ah, então queria ser você.

Negro (pára com o computador) - É...Isso.

* * *

Mercado.

Mulher - Ah, amor, você sabe como a Clarinha é, né? Quer levar o mercado inteiro e ainda me fez parar para dar comida a um menino de rua.

A menina fez cara de raiva para a mulher, que a observou ameaçadoramente.

Amor - Tudo bem, vamos, entrem no carro.

* * *

Produtora:

Branco - E eu queria ser homem.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

PARA O MAR

Tudo muda aqui
O Sol traduz o que a pele
Traz pelo suor.

Assim..Nessas águas,
Eu me ato em mim
Encontro o estopim
Dos fins do olhar
Que, naquela manhã,
Eu pousei sobre o mar.

Via-o com medo
Sussurrava cheio de arrepios
Sem fio, sem nó.
Minhas mãos eram sozinhas no embaralho do meu olhar
Para o mar.


* Por favor, Talita (caso você retorne ao meu, tomara que sim), qual o seu blog?

sábado, 9 de fevereiro de 2008

SAGREI

Sagrei o momento nosso, aquele em que nós somente tínhamos
O sentimento...Amassado, juvenil
Colocado no peito ainda rude e tímido
Dos nossos corações...

Tudo se criou e de repente, o amor tinha chegado
Dentro desse bloco insutil de lava e vulcões
A emoção que nasce rega os jardins do asfalto
Da tez que reflito nos espelhos d'água

Acalma meu corpo de fogo
Amaina os vermelhos do rosto
O suor do pulsar

Ritmizo a espera
Acelero
Espero
Quero você pra mim.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Busco Você

Assim, sigo procurando num cais...
Num canto onde só encontro a paz
Pra me ver dentro do amor.

Eu sonhei com flor
Eu me vi crescer...
Eu esperei você
Que já foi tão presente.

A lua se foi, da janela a madrugada do sol se mostra
A melancolia vai aumentando a tortura
Da solidão;
E nem Caetanos e Bethânias reanimam
O segredo da felicidade.

Rasgo a minha vaidade e mostro: quero te seguir!
Não tranco a esperança de você surgir
E trago na lembrança a vã alegria do teu sorrir
A primavera é o meu estado constante
É o meu normal de agir
Vivo com as flores
E busco você.

As minhas trevas
São a sua ausência,
Cruel e indelicada
Ela corrói a morada da minha casa
Os tapetes do nosso quarto e a madeira da minha cama
Eu...Sou espera e saudade.