quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PLUTÃO, O MEU SOLO.




FIRME

FORTE

FAÇO

HISTÓRIA COM O MEU dEsTiNo PLUTONIANO

ASSOMBROSO

INFERNAL, MAS...MEU, NOSSO



DIRETO

DO VALE DE HADES

EU RESSUSCITO

DE MIM E VEJO

TODAS AS FLORES DE TODAS AS PRIMAVERAS!


CORAGEM? É O QUE ME TORNO!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

LUVAS



Eram apenas as minhas luvas que estavam soltas pelas janelas, e eu procurava entender porque elas fugiam, e não as via. De repente, deram um salto para cima, tudo se transformou em vento e eu perco o chão das coisas, fico nu no furacão. Já não estou mais consciente, estrelas, trovões. Paro e percebo que furei as unhas, mas elas não passam na agulha. Será sonho, será real?

Será dia ou outono depois da primavera?

Não sei, de fato, quais Deuses nos fizeram, mas o caminho é o caminho, de terra ou de cristal, mas que seja estrada onde se possa caminhar. Isso é o que importa: estar no caminho, parado, sozinho, fluindo...Lentando a mente ou acelerando o coração.
Volto às janelas, talvez uma criança já tenha pegado minhas luvas. Ah! Elas farão tanta falta, pareciam construir minha mão, fazer minhas novas veias. Não me vejo acendendo cigarros sem elas. Amanhã procurarei outras no Saara ou em Teresópolis no final de semana.
Mesmo assim, nunca serão iguais àquelas. Que vieram de um país, Peru. Que vieram, principalmente, do meu amor para mim. E eram a única recordação dele que eu tinha. As luvas traziam parte do seu coração perdido nas grutas de Machu Picchu.
Eram, antes, apenas minhas luvas sobre o patamar da janela. Agora, sou eu a saudade do resquício perdido de quem se foi; tragado pela magia da natureza, deve ter morrido feliz; entre os cheiros dos orvalhos doces e os cânticos inenarráveis dos pássaros corajosos, aqueles que habitam em grandes altitudes.
Agora, mergulho no nublado, fecho a persiana e desapareço. Sem cigarro, sem as luvas; tenho a quentura da saudade e a leveza da música que compomos juntos, àquela última vez na rede do sítio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

ÊXTASE IMORTAL

O dedo mindinho do pé carecia de unha, de agulha, de costura;

Esse dedo é um pedaço de corpo sortido da matéria total

Irreal...

Nessa semana fui convidado pra uma pelada

Lá na esquina da rua sem saída

Tinha à minha vista uma miragem

Jogando em mim paisagem

Loura? Mulata?

Não, eram todas e eram uma

Era a Renata e a Marcela

A Eduarda e a Rafaela

Mas eu e meu dedo só queríamos

Uma taça de gelo para curar o desassossego

Que queima dentro de mim

Vejo elas todas, menos você aqui

Aninhando a cama

Se fazendo pronta ao

...

êxtase imortal

Somos os arautos do nosso encontro;

então, por quê pontos?

Se eu quero rasgar as letras?

Quero transformar esferas, debochar de saudades

E nos colocar - frente a frente - além do imoral!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

APAGÃO NA MARAVILHA OLÍMPICA, O BRASIL


Alguns dizem que foi golpe político, outros que é o final dos tempos. Mas, o que é de fato necessário conter são as incompetências da esfera governamental desse país. É incrível perceber como que estamos distantes de uma sensatez. A começar pelo fator ambiental, onde todos somos cúmplices por não nos conscientizarmos verdadeiramente com a causa e torná-la uma de nossas práticas diárias, assim como escovamos os dentes e tomamos banho, deveríamos, com esse mesmo rigor, proteger a Terra do fim. Ou melhor, permitir que a nossa civilização reconheça o solo que a abriga;




O Rio de Janeiro, e mais de dez Estados, comprovaram que não possuem infra-estrutura sequer para tempestades, muito menos para apagões. A cidade carioca ficou num breu mais tenebroso do que as desertas - e parcamente iluminadas - ruas da Tijuca, ou do que as tortuosas e nada asfaltadas vielas da Baixada Fluminense. Enfim, quem estava em casa morreu de calor; e quem ficou na rua, morreu de pânico. Fico tentando imaginar quem estava nos metrôs, nos trens, nos elevadores...

Este escrito é mais uma maneira de demonstrar o meu repúdio a toda essa classe dirigente que não se atenta para fatos tão ululantes, como a preservação do meio ambiente e a fiscalização exímia de uma Usina Binacional, como é a Itaipu.

Só espero, Lula, senadores e todos os outros membros do executivo mandão e do legislativo mercenário e estagnatório que as tortas de suas geladeiras não tenham estragado como as carnes e feijões de muitos brasileiros, que, com isso, cada vez mais se indignam e se paralisam na pergunta: " Por quê?"

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

FILOSOFIAS DE CHURRASCO


A mercadoria do açougue custa caro, mesmo que seja também uma comida para cães, a fome do cão não é igual à fome do homem. Este, tem de se ralar, pois o que ele come vale cada tostão, cada moeda do seu bolso. Já o cão, não. É apenas fazer um jeito de excomungado que, num súbito, caem-lhe na frente pedaços de ossos frescos, que foram desgarrados do músculo do boi há pouco.
Carne em vitrines, exalando o puro cheiro de sangue. Líquido tão antigo; aparece em terreiro, em Igreja, em sonhos, em filme, em novela. Seria o sangue mais antigo que o céu? Vermelho que faz sucesso, que incita paixões, torturas e amores.
E o homem que come do açougue expande a auto-estima, churrasco na laje todo domingo para a família ou churrasqueira elétrica na cobertura da Barra da Tijuca. Ah! Àquelas de tijolinho são melhores? Hum... Não sabia, me perdoe. Mas, sabe que é verdade? No subúrbio a gente vê muito dessas expostas logo no segundo pavimento, que, geralmente chamam de terraço. Ou, “área social”.
Pois bem, um dia ouvi dizer, da boca de uma jovem com seus aproximadamente 20 anos, que nós somos feitos de água, amor e tristezas; porém, para finalizar e discordar, escrevo que, na verdade, é da carne que viemos, é a carne o que mais comemos e, por incrível que pareça, no final, a carne se desfaz de nós, abandona-nos sem dó nem piedade. Primeiro, nos deixa a sós com nossos ossos, logo em seguida estamos sozinhos com os cabelos e, por fim, ficamos apenas com nossas almas.
Umas em busca novamente da carne, outras em busca do amor.
Qual será o melhor caminho?