quarta-feira, 4 de novembro de 2009

FILOSOFIAS DE CHURRASCO


A mercadoria do açougue custa caro, mesmo que seja também uma comida para cães, a fome do cão não é igual à fome do homem. Este, tem de se ralar, pois o que ele come vale cada tostão, cada moeda do seu bolso. Já o cão, não. É apenas fazer um jeito de excomungado que, num súbito, caem-lhe na frente pedaços de ossos frescos, que foram desgarrados do músculo do boi há pouco.
Carne em vitrines, exalando o puro cheiro de sangue. Líquido tão antigo; aparece em terreiro, em Igreja, em sonhos, em filme, em novela. Seria o sangue mais antigo que o céu? Vermelho que faz sucesso, que incita paixões, torturas e amores.
E o homem que come do açougue expande a auto-estima, churrasco na laje todo domingo para a família ou churrasqueira elétrica na cobertura da Barra da Tijuca. Ah! Àquelas de tijolinho são melhores? Hum... Não sabia, me perdoe. Mas, sabe que é verdade? No subúrbio a gente vê muito dessas expostas logo no segundo pavimento, que, geralmente chamam de terraço. Ou, “área social”.
Pois bem, um dia ouvi dizer, da boca de uma jovem com seus aproximadamente 20 anos, que nós somos feitos de água, amor e tristezas; porém, para finalizar e discordar, escrevo que, na verdade, é da carne que viemos, é a carne o que mais comemos e, por incrível que pareça, no final, a carne se desfaz de nós, abandona-nos sem dó nem piedade. Primeiro, nos deixa a sós com nossos ossos, logo em seguida estamos sozinhos com os cabelos e, por fim, ficamos apenas com nossas almas.
Umas em busca novamente da carne, outras em busca do amor.
Qual será o melhor caminho?

2 comentários:

Guilherme N. M. Muzulon disse...

gostei do jeito que ce escreveu esse texto hem. cheio de eufonia.

aí sim voce ta expondo seus talentos, bicho.

como eu faço pra seguir esse blog? voce não colou o gadget pra isso.

Anônimo disse...

Gosto do seu estilo e de como você expõe aquilo que pensa. :)