quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A força de quem persiste e transforma.


KALIANE NUNES é a primeira da esquerda para direira

Nesta matéria, o Ponto de Criação poderia fazer vários levantamentos e dados de pesquisa sobre o câncer no Brasil desde a década de 80, realizar para vocês inúmeras comparações e prolongadas análises. No entanto, foi escolhido o depoimento da jovem Kaliane Nunes. Nada mais falarei, vamos ao relato da entrevistada:

Ponto de Criação: Quais os primeiros desafios quando se constatava que estava com câncer?

KALIANE NUNES: Em primeiro lugar, não sabia realmente o que iria enfrentar daqui pra frente, como seria minha vida com o tratamento. No mundo de hoje, enfrentamos muitos preconceitos como enfrentei em alguns momentos quando estava com câncer, tinham pessoas que pensavam que câncer fosse contagioso, mas não deixei isso me abalar e fui à luta.

PC: Como conheceu a Casa Durval Paiva da qual fez parte há tanto tempo?

Conheci a Instituição pela indicação da Dª Elione de Albuquerque, que me orientou. Durante esse tempo, passei a frequentar a Casa Durval Paiva. Apesar de morar perto não tinha condições de participar das atividades. A professora da instituição iniciou meu acompanhamento pedagógico, mas eu estava sempre muito fraca e sem disposição e não conseguia fazer nada. Acabei me atrasando muito nos estudos, isso me deixa triste até hoje.

A Jovem explica sobre o trabalho da ONG da qual faz parte, ressaltando que o maior público é infantil. A instituição acompanha o sujeito nas etapas da vida.

--- O trabalho da Instituição é muito gratificante, sua missão é atender crianças e adolescentes com câncer e seus familiares, durante e após o término do seu tratamento. Hoje conta com uma equipe multidisciplinar para poder dar todo apoio possível como: Assistentes sociais, Pedagogas, psicólogas, dentista, médica, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeira, farmacêutica, instrutor de informática, arte educador, funcionários e voluntários.

Ao ser perguntada como foi o apoio da familiar, Kaliane é direta -- No início foi muito complicado receber aquela notícia que estava com o câncer, então pra mim o mundo tinha desabado; principalmente a minha mãe, foi a que sofreu mais no dia-dia do meu tratamento. Meus amigos me apoiaram muito, vizinhos e família me deram muitas forças também. Hoje agradeço a Deus por ter colocado amigos como os da Casa Durval Paiva em minha vida. Eles são uma segunda família para mim, foi onde recebi muito carinho e amor de todos na época do meu tratamento. - com esta fala, percebe-se o quanto o paciente portador de câncer necessita continuar inserido na sociedade, mantendo o máximo possível das suas redes de convívio e amizade.

PC: O que o câncer lhe ensinou ou ele nada lhe somou, só tirou?
O Câncer me ensinou e somou muitas coisas boas em minha vida. Tenho mais amigos de coração que onde for levarei todos para a vida inteira.

P C: Se tornou mais religiosa ou menos religiosa, Kaliane Nunes?

A fé para mim hoje é tudo. Antes, não tinha. Era sempre negativa, mas soube da volta e tenho muita fé. Do contrário, não estaria aqui para contar minha história.


P C: Algum sonho profissional?

Bom, meu primeiro emprego foi na Casa Durval Paiva onde fiz tratamento, com o tempo queria contribuir um pouco com a Instituição pelo o que eles fizeram para mim. Então, virei voluntaria para poder ajudar aquelas crianças. Com o tempo, recebi uma noticia muito boa: fui efetivada para trabalhar na instituição na área de informática, A partir daí aprendi a mexer com informática e fui me apaixonando por essa profissão. Foi meu primeiro emprego, onde entrei sem nenhuma experiência e fui aprendendo cada dia que passava.


coletivo jovem da Casa Durval Paiva



PC: Como está a sua vida hoje?

Nossa, minha vida é outra, muito mais alegre por estar aqui contando a minha vitória. Venho colocando em pratica o que aprendi na instituição aqui fora. Agradeço muito ao aprendizado que todos me deram, principalmente ao presidente da Casa Durval Paiva, Rilder Campos, quem me recebeu e me ensinou muito na vida e quero subir muito mais.

Pedro Paulo Rosa
Foto: divulgação

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